sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

OS «ACASOS» PODEM COMPENSAR ?


D. Esmeralda,

Li ontem o seu comentário ao meu post DESOBEDIÊNCIA? e hoje acabei de receber a sua carta que mais me parece uma proposta de solução do «caso» do seu filho do que uma pergunta qualquer. Por este motivo, vou inverter os papéis e transcrevê-la a seguir quase na íntegra, como se fosse a minha proposta de solução.
Espero que, com o vosso empenho e com o contacto que estão a manter com o Antunes, tudo continue a «ser assim» tal como descreve. Não existe qualquer outra pessoa, por mais especializada que seja, que possa substituir a nossa colaboração e empenho. Isto até se verifica na recuperação das doenças orgânicas. Que seja por longo tempo e, se encontrarem os avós da Cidália, aproveitem também a companhia deles.
O Antunes é um velho amigo meu que, através dum contacto com outro quase amigo dos dois e
vizinho de familiares do Antunes, reencontrei depois de muitíssimos anos.
No vosso caso, o livro que vai ler (PARA QUE SERVE A PSICOLOGIA?), os da modificação do comportamento e os da «Joana» são os mais importantes. Verifiquem que até uma criança pode aplicar as técnicas de modificação do comportamento se for bem orientada e apoiada, especialmente a técnica do reforço do comportamento incompatível.Como têm contacto com o Antunes peçam-lhe a revista «Conhecer a Pessoa», de 1983, leiam o artigo «Os Encontros do Acaso e os Caminhos da Vida», e descubram a maneira de aproveitar as oportunidades de maneira criativa. Oxalá que acontecesse o mesmo com a nossa economia e com o nosso eterno atraso em relação à Europa e ao resto do mundo.
Pode ser que o «encontro» do seu marido com a filha do Antunes tenha sido um feliz acaso capaz de mudar toda a vossa vida.
Tirem bom proveito da situação. A sua carta vem a seguir.
Boa sorte.
Mário de Noronha

“Há dias, tentei fazer um comentário acerca da resposta que deu no seu post DESOBEDIÊNCIA?, mas não consegui publicá-lo. Não sei se conseguirei, mas vou escrever-lhe esta carta, que o acontecimento bem merece.
Como eu tinha uma consulta médica na semana passada, o meu marido teve de ir buscar o filho à escola.
Quando chegou a vê-lo, aproximou-se e reparou que ele se despedia duma rapariga que tinha um livro na mão e parecia estar à espera de alguém.
Ao abeirar-se do filho e da rapariga com quem ele falava, verificou que ela tinha na mão o livro
PARA QUE SERVE A PSICOLOGIA?, que parecia já muito «usado».

Aproximou-se dela, cumprimentou-a e perguntou-lhe o que fazia com aquele livro na mão, visto que ele já o tinha tentado comprar, no Porto, mas não conseguira. A rapariga informou-o que o livro era para emprestar a uma amiga, como muitas vezes fazia, e que o pai tinha alguns exemplares em casa, porque era muito amigo do autor do livro. Entretanto, quando a mãe dela chegou, o meu marido teve oportunidade que ela o esclarecesse que o interlocutor principal do livro citado era seu marido e que no dia seguinte, Quarta-feira, ele iria à escola buscar a filha. Era assim todas as semanas, porque ela aproveitava essa tarde para estar num «programa» de apoio a crianças e o marido passava a manter uma ligação mais íntima com a filha. Era bom que assim acontecesse para além dos fins-de-semana.
-- Já que está tão interessado no livro porque não fala amanhã com o meu marido? – perguntou e

acrescentou -- vou informá-lo do seu interesse pelo livro.
No dia seguinte, o meu marido quis ir buscar o filho e encontrou o Sr. “?” Antunes.
Através dele, que lhe ofereceu um exemplar desse livro, soube que o principal interlocutor do mesmo era ele próprio e que estava à espera que fossem publicados outros dois, muito mais importantes e já terminados:
«ACREDITA EM TI. SÊ PERSEVERANTE! (Desequilíbrio psicológico? A auto-terapia possível)» e «EU TAMBÉM CONSEGUI!».

Ambos estavam relacionados com psicoterapias. O protagonista do primeiro eraele próprio e, do segundo, era a neta de amigos seus e muito amiga da filha. Tanto o Antunes como a neta de amigos seus tinham realizado quase uma proeza de se reequilibrarem e reorganizarem a sua vida e até a da família depois de alguns
dissabores. Todas as peripécias estavam descritas nesses livros. Não conseguia compreender a razão da não publicação a não ser uma certa desilusão demonstrada pelo autor, na época do Natal, quando lhe dera as Boas-Festas.
— Mas o senhor não se chama Antunes! – exclamou o meu marido e o «Sr. Antunes» prontamente respondeu que o autor gostava de rebaptizar todos os personagens para que não existisse qualquer «reconhecimento» e acrescentou – Eu não me importo, mas ele não gosta de expor as pessoas e eu respeito. Contudo, posso dizer a quem quiser que sou o protagonista.
Entretanto, quando tivemos oportunidade de nos encontrarmos com os Antunes, depois de ler o livro,
 sabendo da história do meu filho, aconselhou-nos a ler a história da Joana, que também 
emprestou, e que nos deu imenso jeito.
Da maneira como falou connosco ajudando-nos a «descobrir» o reforçador a ser utilizado com o

nosso filho, fez-nos parecer que sabia bastante de Psicologia e que era «um lutador» autodidacta e quase auto-suficiente.
Soubemos depois que tinha sido colega do autor, há quase 50 anos, no 1º ano de Direito e que, naquela ocasião, ambos tinham ficado afastados dos estudos por motivos de força maior.
Depois das diversas conversas com o Antunes e com o exemplo que ele nos estava a dar em relação à filha, começámos a mudar o nosso estilo de vida e de interacção familiar e quase que estamos a obter resultados surpreendentes. Pelo menos, o filho fala connosco durante muito mais tempo e graceja. Continuará a ser sempre assim? Obrigada por tudo.
Já que gosta de rebaptizar todos, pode chamar-me Esmeralda.”


Em 2018, já existe na colecção da Biblioterapia o 18º livro «PSICOTERAPIA… através de LIVROS…» (R), destinado a orientar os interessados para a leitura e consulta adequada de livros, desde que desejem
enveredar por uma psicoterapia, acções de psicopedadogia, de interacção social e de desenvolvimento pessoal, autonomamente ou com pouca ajuda de especialistas.

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1 comentário:

Anónimo disse...

CÃO: Com que então, vocês os humanos já começaram a compreender que a família de cada um é muito importante para qualquer animal? Quando é que começam a pensar melhor nos disparates dos divórcios e separações?
PINCHA: Quando os humanos começarem a ter tanto bom senso como vocês!