domingo, 21 de junho de 2009

SER PERSEVERANTE!


No seu comentário, de 20 de Junho, ao post PROFILAXIA e PSICOTERAPIA na DEPRESSÃO, Frederica disse...“Como disse, comecei a fazer o relaxamento logo com as indicações do post. Entretanto, já li os livros que consegui obter pela INTERNET, nos endereços indicados. Entusiasmei-me e não pude esperar pelos amigos. Assim, pelo menos tenho-os sempre à mão.Estou a conseguir resultados que me entusiasmam.Gostava de saber o que aconteceu com o Antunes já que o seu livro ainda vai levar algum tempo a ser publicado.Veja se me faz a vontade já que me ajudou bastante com as informações prestadas até agora.Muito obrigada. Fico à espera.20 de Junho de 2009 12:23”


Para satisfazer a vontade de Frederica que diz já estar a obter algum sucesso, além de ser mais uma forma de a motivar a persistir firmemente na auto terapia, vou transcrever alguns excertos do livro ACREDITA EM TI. SÊ PERSEVERANTE, à espera de publicação, sobre a auto terapia efectuada pelo Antunes, cujo «problema» começou com o insucesso escolar da filha:
Por estes excertos também se verifica a «dificuldade» em obter «convencionalmente» os livros em qualquer livraria e a actual facilidade em utilizar a INTERNET para a sua rápida e cómoda aquisição.
Desejo a continuação da boa sorte.

Ver post LIVROS DISPONÍVEIS neste blog.

“Para que este quase relato do Antunes fique realçado, é apresentado em itálico, com as devidas separações, em capítulos que tiveram os títulos julgados mais adequados para se enquadrarem na sequência deste livro.
                                             ****

“Incentivado pelos resultados obtidos (isso seria, de facto, o auto-reforço?), comecei a ler cada vez mais e, entretanto, não deixei de prestar muita atenção à minha filha e de lhe dar o apoio psicopedagógico indispensável. Procurei os livros que pretendia em relação à «Modificação do Comportamento» e senti alguma decepção por não conseguir todos os que queria na FNAC, na Bertrand ou em qualquer outra livraria mais conhecida do Porto. Umas livrarias tinham alguns livros enquanto outras tinham outros e limitavam-se a dizer que os podiam encomendar à editora. Resolvi então telefonar à Plátano Editora e encomendar todos os livros que me interessavam, solicitando que os enviasse com urgência. De Domingo para Quarta-feira recebi-os todos em casa, sem qualquer incómodo em ter de os procurar nas prateleiras das livrarias. Suponho que é isso que vou fazer no futuro e, se calhar, até me vou servir da Internet, do fax ou do e.mail”.
*****
“-- Como foi possível isto tudo? – perguntei-lhe, meio surpreendido.
-- Julgas que não li coisa alguma e que não pratiquei aquilo que tu rascunhaste na auto terapia? – foi a pergunta com que me respondeu.

O Antunes, seis anos mais novo do que eu, tinha sido meu colega na Faculdade de Direito e um dos melhores alunos. Passara o 1º ano com a média de 15 valores (naquele tempo!) enquanto eu era obrigado a continuar na tropa. Por isso, tinha-lhe perdido o rasto até saber, cerca de dez anos mais tarde, que fora obrigado a interromper os estudos porque lhe falecera o pai. Por isso, teve de deixar a Faculdade e, logicamente, foi cumprir o serviço militar obrigatório. Filho único de um vendedor de sucesso e de uma dona de casa, sofreu um rude golpe quando começou a cumprir, em Aveiro, o serviço militar obrigatório, ao qual «quase» nenhum cidadão português residente em Portugal conseguiu furtar-se naqueles tempos. O pai tinha uma vida desafogada porque ganhava bem com as comissões nas vendas. Comia e bebia bem em grandes almoçaradas com os clientes, mas passava «sacramentalmente» todas noites e fins-de-semana em casa com a «patroa». Fumava exageradamente cigarilhas caras. Com os excessos cometidos, uma doença súbita e maligna em que o cancro minou todos os órgãos vitais, dois meses foram o suficiente para ele deixar em sua casa um órfão e uma viúva, sem quaisquer meios de subsistência porque a pensão de sobrevivência era ridícula e não havia economias acumuladas apesar dos vários anos de trabalho bem remunerado.
Por isso, o Antunes, «sem cunhas», só não foi mandado para o Ultramar e conseguiu ficar em Portugal porque era órfão de pai, filho único e tinha de dar apoio à mãe, praticamente na indigência. Depois, por causa das dificuldades financeiras muito evidentes, não recomeçou os estudos mas conseguiu um lugar numa instituição pára-bancária no Porto, onde se fixou após o casamento e pouco depois da morte da mãe que também fora «mal habituada» pelo pai a não se precaver na comida e na dieta indispensável. Com o nível intelectual que o Antunes possuía, os negócios financeiros não lhe pareceram difíceis e continuou a orientá-los sempre, apesar de desagradado com a interrupção do curso que já não podia retomar por causa do horário quase ininterrupto que devia manter na financeira.
Como era um rapaz que sempre se preocupara com os estudos e com o bom desempenho, mesmo depois de casado com uma rapariga que conhecera desde os tempos em que ia passar as férias a Vila Real de Santo António, não se apercebeu de que é muito importante a dedicação à família e o acompanhamento dos filhos. Eram assuntos pouco importantes para ele porque o pai também passava muito tempo fora de casa como vendedor e ele habituara-se a ter sempre a companhia da mãe que o incitava a estudar para conseguir um bom emprego e não ter de trabalhar muito como o pai. Com o bom nível intelectual que possuía, tudo isso fora fácil de aceitar até ter a desilusão de não poder continuar o curso com a morte súbita do pai.
-- Sabes que fiquei muito frustrado com isto tudo? – perguntou-me.
Tinha acabado de ouvir, muito surpreendido, a história da sua vida que, para mim, foi uma autêntica revelação. Comecei a pensar que o Antunes podia revelar-me mais alguma coisa não só sobre a sua vida mas ainda sobre a sua súbita «transformação». Isto deu-me um certo ânimo e comecei a sorrir. O Antunes olhou profundamente para mim quase que a gozar-me e, com uma forte gargalhada, perguntou:
-- Já estás a pensar?
-- Pensar em quê?
-- Que te vou relatar a história da minha auto terapia!
Muito espantado com esta exclamação, perguntei:
-- Como é que adivinhaste?
-- Não é necessário ser-se psicólogo para adivinhar isto. “Quem tem cara de investidor?” “Quem tem conversa de aldrabão?” “Quem não tem «estaleca» para fazer
negócio?”, são perguntas às quais temos de responder, quase de imediato, na financeira. Se falharmos, podemos não ter o êxito desejado e necessário! Porque julgas tu que eles me querem na financeira? Conhecendo como te conheci durante um longo ano lectivo enquanto te «esgueiravas» da tropa para correres frequentemente para a Faculdade e lendo agora os teus livros, não é muito difícil calcular que desejas também a minha história.
-- Acertaste – respondi.
-- Pois, prevendo isto, trouxe-te a história por escrito para conseguirmos conversar sobre outras coisas e poderes dar-me mais alguns conselhos e informações úteis. Ficou na mala do carro para não teres a oportunidade de lhe deitares agora um rabo de olho indiscreto e inoportuno. Também te posso garantir que até publicares o livro que estás a preparar, vou deixar-te informado de tudo aquilo que acontecer. Podes contar comigo para tudo, até para te dar os últimos momentos possíveis do «caso» que vais contar. Mas agora, vamos continuar o nosso bate-papo.”
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“De repente, dei comigo a pensar que todo o dinheiro que acumulara não serviria de nada se a minha filha fizesse um mau casamento e tivesse a sua família desorganizada. Isso aterrorizou-me um pouco e comecei a calcular os benefícios que agora estava a tirar apenas com uma ligeira mudança da situação total e da minha nova visão do futuro. De pensamento em pensamento dei comigo a compreender seriamente aquilo que é o auto-reforço. Comecei a ficar cada vez mais satisfeito comigo próprio porque via e sentia as vantagens que estava a conseguir com o meu novo comportamento.”
****
“Logo que o comecei, parece que fiquei a «divagar» sobre o conteúdo destes dois temas e a pensar que seria muito importante utilizar essa «aprendizagem social» para fazer com que os mais novos conseguissem ter comportamentos
menos agressivos e mais «civilizados» e humanos. Em consequência desta «divagação» surgiram na minha mente várias perguntas: 
-- As crianças serão agressivas porque se sentem inferiorizadas?
-- A agressão será uma resposta contra a frustração?
-- Será algum mecanismo de defesa ou de compensação?
-- Que relacionamento terão as crianças com os seus progenitores?
-- Que tipo de comportamentos terão eles?
-- Que modelos estarão a proporcionar aos seus descendentes?
-- Que espécie de identificações serão possíveis nestas circunstâncias?
-- Que reforço vicariante estarão as crianças a obter nos filmes?
-- Sexo, violência, pornografia, chantagem não faltam nos filmes que, muitas vezes, os pais vêem (com agrado dissimulado) mas dizem aos filhos que não os devem ver. Se os pais vêem, porque não irão também eles fazer o mesmo?
-- Que modelos estaremos a proporcionar à nossa filha? Pai distante e mãe preocupada?
-- E que interacção estaremos a manter?
-- Ela não teria dado já uma resposta eloquente em relação a estas dúvidas apenas uma semana depois de eu ter iniciado o seu «apoio psicopedagógico»?
-- O que teria de fazer para aumentar esse efeito já iniciado na minha filha?”
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“Não consegui «pensar» mais porque parece que entrei num sono profundo.”
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“No dia seguinte, quando acordei, estava bem disposto e com uma profunda motivação para prosseguir aquilo que já tinha começado. Se todos os outros tinham conseguido «avançar» porque não conseguiria eu? De facto «Sê perseverante», tinha a sua razão
de ser!”

Em 2018, já existe na colecção da Biblioterapia o 18º livro «PSICOTERAPIA… através de LIVROS…» (R), destinado a orientar os interessados para a leitura e consulta adequada de livros, desde que desejem enveredar por uma psicoterapia, acções de psicopedadogia, de interacção social e de desenvolvimento pessoal, autonomamente ou com pouca ajuda de especialistas.

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Ver também os posts anteriores sobre BIBLIOTERAPIA
É aconselhável consultar o ÍNDICE REMISSIVO de cada livro editado em post individual.

Blogs relacionados:
TERAPIA ATRAVÉS DE LIVROS para a Biblioterapia

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4 comentários:

Fernando Magalhães disse...

O seu post deu-me a ideia de manter pelo menos um diário. Dentro de pouco tempo e dependendo dos resultados obtidos sou capaz de ensaiar uma auto-análise.
Entretanto vou tentando consultar todos os outros posts que já publicou e poderá vir a publicar.
Às vezes são difíceis de ler e interpretar.
De qualquer modo, é uma ajuda boa e gratuita.

Inácia de Jesus disse...

Queria ir a uma consulta de Psicologia mas as minhas finanças não permitem.
Li este post e consultei quase todos os outros que me deram a ideia de começar a praticar alguma coisa do que propõe.
Lembrei-me de muitos factos da minha vida que podem estar a interferir no meu comportamento actual. Vou continuar. Sinto-me melhor. Mais aliviada.

Anónimo disse...

Este post e os comentários de Fernando Magalhães e Inácia de Jesus fizeram-me pensar em perguntar se poderei fazer algo por mim própria para não me sentir tão desesperada como agora.
Há anos, por pressões do meu patrão, ajudei-o a fazer uma falcatrua assinando um documento comprometedor.
Ele ganhou milhares de contos e deu-me dois para me adoçar a boca.
Quando o escândalo rebentou inesperadamente, ele safou-se descartando-se de mim e agora com 50 anos, estou nas mãos de justiça por causa da minha maldita assinatura
Sem dinheiro, sem emprego, sem apoio e sem posses para qualquer aconselhamento, poderei fazer qualquer coisa por mim própria para aliviar o meu sofrimento enquanto aguardo a lenta marcha da justiça?
Vou continuando a visitar o seu blog porque espero que me responda em breve.
Não me posso identificar por questões de segurança. Deve compreender.
Obrigada.

Anónimo disse...

Também estou a seguir os conselhos dados neste e em postes anteriores e começo s sentir-me ligeiramente melhor do que quando fiquei desempregado há seis meses.
Continue, que vale a pena. Quando tiver dinheiro, quero comprar alguns dos livros que indica.