Posso comentar este acontecimento envolvendo Al Megrahi apenas sob o ponto de vista da sua previsibilidade em Psicologia Social.
O Governo da Escócia deixou que, por razões humanitárias, um condenado fosse passar os seus últimos dias a casa e, provavelmente, nunca teve em mente quaisquer outras motivações a não ser o humanismo.
Contudo, a decisão deste acto humanitário não partiu espontaneamente do Governo da Escócia mas baseou-se em algum pedido feito pelo interessado.
Interessa saber quem fez esse pedido e quem o apoiou? Com que intenções? Qual a razão de Khadaffi para não ter querido entregar inicialmente Al Megrahi à Justiça da Escócia? Que negociações e concessões se fizeram no momento da sua entrega? Quem as fez?
Provavelmente, esses mesmos protagonistas utilizaram agora argumentos semelhantes para conseguirem que a Justiça ou o Governo da Escócia deixassem ir Al Megrahi para casa, a fim de morrer em paz e não como os outros a quem ele provocou a morte, sem qualquer culpa dos próprios.
Se a recusa de sua entrega à Justiça da Escócia foi problemática, fazendo as atribuições necessárias, quem interveio nas negociações actuais deveria estar à espera que, neste momento, os mesmos protagonistas líbios tentassem tirar partido da situação. Esses meios de comunicação social são geralmente «controlados» pelo Estado. Por isso, era quase improvável que não utilizassem o regresso do condenado, humanitariamente libertado, como se fosse o «herói» duma vitória líbia.
Também, neste regresso a casa, como «vitória», largamente difundido pelos meios de comunicação social, com toda a probabilidade, não se deve ter feito qualquer menção às razões que levaram o Ocidente a libertá-lo, a seu pedido, para ir morrer em casa.
Verifica-se aqui que um simples acontecimento é difundido, em cada sítio com cores diferentes, sendo visto em locais diversos com cores que não são as originais.
Assim é algum mundo «democrático» tal como, provavelmente, seria o nosso há quase 60 anos! Alguém teria a possibilidade de saber, de certeza, a não ser por familiares, o que se passava na guerra das colónias? Quantos ficaram na Guiné «sem ninguém dar por isso» até há bem pouco tempo? E que notícias «estapafúrdias» foram difundidas «heroicamente» acerca da invasão de Goa pela União Indiana? Quantos militares portugueses «morreram» como foi difundido na época pelas estações de rádio e de televisão, «com cadáveres a boiar nas águas dos rios Mandovi e Zuari»? Os militares que lá estiveram que o digam. Por mim, que estava nessa ocasião em Angola, apanhei um susto de todo o tamanho e fiquei à espera, durante cerca de um mês, de notícias seguras da minha família. É assim em muitas «democracias»…
E os dirigentes líbios não saberiam dessa doença no momento em que entregaram Al Megrahi, depois de longos anos de espera? No momento da entrega, não teriam feito os seus cálculos sem os ocidentais se aperceberem disso?
É assim que se faz na previsão através das atribuições, tomando em conta toda a situação e as personalidades dos envolvidos.
Não é assim que se faz nas eleições? É por isso que as sondagens são importantes, inclusive por causa de possibilidade da sua manipulação em benefício próprio e, poor isso, os eleitores deverão estar de «olhos abertos», «ouvidos à escuta» e «cabeça a funcionar» com as aprendizagens já feitas..
através de LIVROS…» (R), destinado a orientar os interessados para a leitura e consulta adequada de livros, desde que desejem enveredar por uma psicoterapia, acções de psicopedadogia, de interacção social e de desenvolvimento pessoal, autonomamente ou com pouca ajuda de especialistas.
Consultou todos os links mencionados neste post?
Ver também os posts anteriores sobre BIBLIOTERAPIA
É aconselhável consultar o ÍNDICE REMISSIVO de cada livro editado em post individual.
Blogs relacionados:
Para tirar o máximo proveito deste blog, consulte primeiro o post inicial “História do nosso Blog, sempre actualizada”, de Novembro de 2009 e escolha o assunto que mais lhe
interessa. Depois, leia o post escolhido com todos os comentários que são feitos.
Pode ser que descubra também algum assunto acerca do qual nunca tivesse
pensado.
3 comentários:
Gostámos das explicações dadas neste post e esperamos consultar alguns livros onde se fale em «atribuições».
Embora não seja especialista, gostei deste post que me deu a ideia dos resultados eleitorais passados e daquele que surgirá no próximo Domingo.
Já li um livro seu, mas que me foi emprestado porque não o consegui numa livraria.
Já viram o que se passou nas eleições com o Santana Lopes?
Ainda bem que não conseguiu este emprego para deixar Lisboa pior do que já está.
Enviar um comentário