quinta-feira, 27 de agosto de 2009

AS SONDAGENS E AS PREVISÕES

O blog Compincha - CãoPincha no seu post O TERRORISMO HERÓICO, deste mês, mostrou desejo que comentasse o facto da libertação, por razões humanitárias e de seu regresso à casa, como herói, de Al Megrahi, o terrorista líbio que ocasionou a explosão do avião de passageiros em Lockerbie, Escócia, provocando a morte de milhares de passageiros.

Posso comentar este acontecimento envolvendo Al Megrahi apenas sob o ponto de vista da sua previsibilidade em Psicologia Social.
O Governo da Escócia deixou que, por razões humanitárias, um condenado fosse passar os seus últimos dias a casa e, provavelmente, nunca teve em mente quaisquer outras motivações a não ser o humanismo.
Contudo, a decisão deste acto humanitário não partiu espontaneamente do Governo da Escócia mas baseou-se em algum pedido feito pelo interessado.

Interessa saber quem fez esse pedido e quem o apoiou? Com que intenções? Qual a razão de Khadaffi para não ter querido entregar inicialmente Al Megrahi à Justiça da Escócia? Que negociações e concessões se fizeram no momento da sua entrega? Quem as fez?
Provavelmente, esses mesmos protagonistas utilizaram agora argumentos semelhantes para conseguirem que a Justiça ou o Governo da Escócia deixassem ir Al Megrahi para casa, a fim de morrer em paz e não como os outros a quem ele provocou a morte, sem qualquer culpa dos próprios.
Se a recusa de sua entrega à Justiça da Escócia foi problemática, fazendo as atribuições necessárias, quem interveio nas negociações actuais deveria estar à espera que, neste momento, os mesmos protagonistas líbios tentassem tirar partido da situação. Esses meios de comunicação social são geralmente «controlados» pelo Estado. Por isso, era quase improvável que não utilizassem o regresso do condenado, humanitariamente libertado, como se fosse o «herói» duma vitória líbia.
Também, neste regresso a casa, como «vitória», largamente difundido pelos meios de comunicação social, com toda a probabilidade, não se deve ter feito qualquer menção às razões que levaram o Ocidente a libertá-lo, a seu pedido, para ir morrer em casa.

Verifica-se aqui que um simples acontecimento é difundido, em cada sítio com cores diferentes, sendo visto em locais diversos com cores que não são as originais.
Assim é algum mundo «democrático» tal como, provavelmente, seria o nosso há quase 60 anos! Alguém teria a possibilidade de saber, de certeza, a não ser por familiares, o que se passava na guerra das colónias? Quantos ficaram na Guiné «sem ninguém dar por isso» até há bem pouco tempo? E que notícias «estapafúrdias» foram difundidas «heroicamente» acerca da invasão de Goa pela União Indiana? Quantos militares portugueses «morreram» como foi difundido na época pelas estações de rádio e de televisão, «com cadáveres a boiar nas águas dos rios Mandovi e Zuari»? Os militares que lá estiveram que o digam. Por mim, que estava nessa ocasião em Angola, apanhei um susto de todo o tamanho e fiquei à espera, durante cerca de um mês, de notícias seguras da minha família. É assim em muitas «democracias»…

Se o Ocidente, que conhece bem a Líbia porque tem lá muitos interesses, quisesse que não houvesse especulações e aproveitamentos da parte dos líbios, deveria exigir, através dos negociadores que seguramente tomaram parte nesta questão, que cerca de duas semanas antes da «soltura», os meios de comunicação locais dessem a notícia de que dentro de duas semanas haveria a possibilidade de ser dada ao criminoso em cumprimento da sua pena, a seu pedido e apenas por razões humanitárias, a possibilidade de regressar a casa para passar os últimos dias antes de morrer devido à doença grave de que sofria. O Ocidente ficaria, então, à espera da difusão dessa notícia em tempo oportuno com controlo efectivo das acções tomadas pelos líbios, inclusive, do tipo de linguagem utilizado e notícias difundidas acerca do assunto. Deste modo, o povo líbio, através dos meios de comunicação social de sua confiança, saberia a versão do ocidente acerca da libertação do criminoso.
E os dirigentes líbios não saberiam dessa doença no momento em que entregaram Al Megrahi, depois de longos anos de espera? No momento da entrega, não teriam feito os seus cálculos sem os ocidentais se aperceberem disso?

É assim que se faz na previsão através das atribuições, tomando em conta toda a situação e as personalidades dos envolvidos.
Não é assim que se faz nas eleições? É por isso que as sondagens são importantes, inclusive por causa de possibilidade da sua manipulação em benefício próprio e, poor isso, os eleitores deverão estar de «olhos abertos», «ouvidos à escuta» e «cabeça a funcionar» com as aprendizagens já feitas..

Em 2018, já existe na colecção da Biblioterapia o 18º livro «PSICOTERAPIA…
através de LIVROS…» (R), destinado a orientar os interessados para a leitura e consulta adequada de livros, desde que desejem enveredar por uma psicoterapia, acções de psicopedadogia, de interacção social e de desenvolvimento pessoal, autonomamente ou com pouca ajuda de especialistas.

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3 comentários:

CãoPincha disse...

Gostámos das explicações dadas neste post e esperamos consultar alguns livros onde se fale em «atribuições».

Anónimo disse...

Embora não seja especialista, gostei deste post que me deu a ideia dos resultados eleitorais passados e daquele que surgirá no próximo Domingo.
Já li um livro seu, mas que me foi emprestado porque não o consegui numa livraria.

CãoPincha disse...

Já viram o que se passou nas eleições com o Santana Lopes?
Ainda bem que não conseguiu este emprego para deixar Lisboa pior do que já está.